Descrição enviada pela equipe de projeto. Aterrizando no quente clima do sul de Malinalco, no México, a Residência Lobo se integra a paisagem natural do lugar adaptando-se a sua topografia, a fim de criar um espaço harmônico em relação ao seu entorno.
A residência está sobre pilotis, os quais permitem que o ar fresco circule do solo até a cobertura através de um domo de pé-direito duplo que aquece o ar e cria uma circulação passiva através da qual é regulada a umidade do espaço no verão.
O desenho curvo permite que o ar flua em todas as direções e desta maneira o cliente possa manipular a ventilação para criar a temperatura desejada.
O térreo está construído em desníveis respeitando a natureza do terreno; sendo que a cozinha e a lavandeira estão no nível mais alto, descendo até a sala de jantar, o hall e a sala de estar. O fato do térreo não possuir paredes permite uma amplitude espacial no interior e vistas ao exterior.
Construída com mão de obra local, de maneira artesanal, foram utilizados principalmente madeira, fardos de palha, terra e aço.
A residência conta com uma "coluna vertebral" que consta de uma estrutura central cônica invertida feita em aço, (que foi revestida com fardos de palha e acabamento feito em terra e cal) de onde se desdobram radialmente as vigas duplas de madeira que sustentam o térreo, mezanino e cobertura, em direção a fachada. O desenho dos encaixes e a execução da marcenaria foram feitos por Kaaspar Messerli, marceneiro estrutural de origem suíça.
A fachada principal possui uma leve inclinação e é composta por colunas de madeira revestidas com painéis de Teca, aberturas de vidro duplo e painéis leves feitos de uma mistura compacta de palha e argila (pargila), fazendo com que todo o revestimento da residência tenha um nível de isolamento importante para o conforto interior.
A fachada norte, o espaço mais fresco, é onde estão a lavanderia, no térreo, e o banheiro do dormitório principal, no pavimento superior. Esta área também ajuda a resfriar a residência na temporada de calor.
A fachada principal da residência, repleta de aberturas, abre-se para o exterior e vai desde o noroeste até o leste, onde estão os espaços de contemplação com ventilação natural que se comunicam com o entorno.
A água da chuva cai uniformemente ao longo da cobertura em forma de leque, criando uma cortina de água que é recebida nos jardins de cascalho que circundam a residência e ali mesmo é filtrada e direcionada a uma reserva.
O conjunto, na sua totalidade, se integra de maneira orgânica ao espaço que o contém. Nesta interação, se utiliza a água de irrigação que rodeia o terreno para integrá-la ao um sistema de biofiltros e tanques que a purificam (o que permitiu a volta de insetos e outras espécies da fauna local) e a retornam mais limpa ao sistema de irrigação comunal.